Salve, Lua solitária !...
Que brilhas tímida sobre esses montes,
derramando luz maviosa nos horizontes !
O teu suave brilho quando lânguido ...
se esbate pelos campos cintilando de relva
em húmido orvalho se esmalte !
Escusai-me Senhor, se entre as flores formosas e ledas
que esta vida enfeitam é um dom da Lua,
ou de lágrima caída Tua !
Perdão Senhor, se vou aos risos da ventura
entre as rosas do Amor com triste canto,
provocando talvez em Vossos lindos olhos amargo pranto !
Hoje triste lembrança me convida,
a entretecer um ramo cipreste
nas páginas mimosas da minha vida
onde se ostentam com fulgor Celeste,
Orquídias, Anémonas, Lírios e Rosas !
Mas que tem isso !? Lá onde viceja a flor do riso
e da felicidade que zéfiro bafeja,
também vegeta a lívida saudade
que lágrima goteja !
Uma saudade, eis o que diz meu canto !
Uma saudade, é esta a florque em Vosso jardim planto
regada de amargurado pranto !
Aceitai Senhor, este poema voto de um coração,
dentro do qual existe ainda a memória
de alma pura e serena com sonhos dourados
que Anjos inspiram embalando meu vago pensar ...
São castos mistérios do amor que no meu seio vêm murmurar !
Uma lágrima derramada sobre a Lua embalada em sonho ameno,
como o cisne e a flor que desliza em lago sereno !
Se tão triste lembrança Vos magoa ao vate Perdoai ...
Que também chora o pranto que Chorais ...
É orvalho de coração belo que cai em Teu jardim
sobre o lírio singelo, puro e belo ...
E desabrocha essa flor tão linda assim !
Poema de, Rogéria Gillemans.
¡ Registado no Ministério da cultura - Inspecção Geral das Actividades Culturais, I.G.A.C. – Processo N°3089/2009 !