Não vês amigo, lá desponta a aurora nos livros que escreves ...
Seus róseos véus nos montes desdobrando traz ao mundo a beleza da infância !
Livros, luz e vida ... Traz sorrisos e amor ...
Foi esta que outro tempo meu berço bafejou,
e as tenras pálpebras me abriu à luz da vida,
dos livros de criança que meu pai e minha mãe me contou !
De livros feitos contos e poemas, que vêm hoje no circulo dos tempos
como saudade marcar sorrindo o giro de meus anos !
Já vai distante a quadra da inocência, dos brincos e dos risos descuidos ...
Lá se embrenham nas sombras do passado,
os da infância de sonho dourado !
Oh, feliz quadra ... Então eu sentia delicada mão roçar-me pela fronte,
e a leitura ia-me a vida em sonhos prazenteiros,
Como ligeira brisa entre perfumes ledo esvoaçando nos contos de fada
em meus livros primeiros !
Mas hoje que caiu-me a venda amável, vejo com tristeza o tempo
sem piedade ir desfolhando a flor desses anos meus ...
Sem do seio sair-lhe os dons sonhados na quadra em que me embala a esperança,
para sorrindo adormecer em leitura de criança
que passa deixando vestígios em caminhos meus !
Eu vou transpondo a arena da existência !...
Sim, tudo se vai ...
Sonhos de esperança, férvidas emoções, anelos puros, saudades,
ilusões, amores e crenças !
Tudo voa como nuvem de flores sobre as asas de rábido tufão ...
E só fica a lição dos belos contos de criança !
Onde vou ?!... Para onde me arrebatam do tempo as ondas rápidas,
porque ansiosa corro a esse futuro, onde reinam as fadas boas e cavaleiros belos!
Só tenho de sulcar ignotos mares de escolhos semeados ...
E despertar nas fábulas dos meus livros de criança contados !
Poema de, Rogéria Gillemans.
¡ Registado no Ministério da cultura - Inspecção Geral das Actividades Culturais, I.G.A.C. – Processo N°3089/2009 !