PINTURA A ÓLEO SOBRE TELA

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¡ TEU AMANHÃ LUMINOSO !




Para ti meu filho, este ode é por te ter tido !
Como um rio transparente e calmo pela terra verde onde corra, quem sabe, 
um córrego pensativo...
E nessa terra fértil, cultivas amor e a sensatez de um coração apaixonado !
E não porque sejas meu, mas porque foste plantado com os frutos do amor, 
na minha mais bela poesia !
Da mesma forma que eu muitas noites me debrucei sobre o teu berço, e verti sobre teu pequenino corpo adormecido as minhas mais indefesas lágrimas de amor, e pedi a todas as Divindades que cravassem na minha carne todas as farpas, para que não resta-se nenhuma que te pudesse magoar !
Por isso que eu chorei tantas lágrimas, para que não precisasses de chorar, amordacei minha boca, para que não gritasses ...
Porque nasceste do amor e cresceste no âmago de mim, como uma árvore dentro de outra, e de mim te alimentaste !
E ao te fazeres homem rompeste meu alburno, e estiraste os braços para abraçares a vida !
E sendo que reconheço nos teus pés, os pés do menino que foste um dia e nesse caminhar tinhas a minha mão como tua !
Em minha vida és mais que um templo, és um tesouro que me foi legado, 
e cuja descoberta ora te peço !...
Eu vejo em ti meu filho todo o amor que eu busquei ... Como as amplas estradas da mocidade, cujas veredas da madureza se fazem estreitas ...
O Sol que se põe atrás de mim alonga a minha sombra na tua direcção, para que teu amanhã seja luminoso !


 De, Rogéria Gillemans. 
¡ Registado no Ministério da cultura - Inspecção Geral das Actividades Culturais, I.G.A.C. – Processo N°3089/2009 !

MEMÓRIAS DE INFÂNCIA





            Sou viajante naquele tempo de curto espaço...
de quem não tinha pressa de crescer — de liberdade nascida no céu —
no credo simples da infância ... em mundos de sonhos e fantasia,
onde os barcos navegam em mar de ondas brancas, feitas de espuma;
           De flores feitas de luz ... e copos de lírios brancos.

Viajo no mistério das estrelas cadentes, a cumprir desejo feito.
No raio de sol pela manhã ... atravessando a vidraça da janela
e suavemente tocando meu rosto como se fosse beijo de anjo;
No arco - íris, onde se escondia tesouro a descobrir;
No tumulto de crianças em conflitos de sigilo
 — sob as árvores que abrigavam os ninhos — .
No beija-flor pairando sobre flor que gotejava pérolas de orvalho;
Nas borboletas esvoaçando graciosas, como valsa de amor.

Nas folhas caídas de ramos inquietos, flutuando sobre as águas das chuvas.
Nos castelos feitos na areia das praias ... levados pelas ondas do mar.
Nas gaivotas à beira mar ... voando tão alto e tão longe quanto podiam;
Nos cantos alegres dos pássaros ao entardecer ...
onde as nuvens que se juntavam ao sol poente estavam tão perto do céu;
Nas noites encantadas ... iluminadas por pirilampos,
como pequenas peças de cometas dispersas pelos cantos do jardim;
No canto dos grilos, sob as arcadas da casa, quebrando o silêncio da noite...

Nos risos descuidos com amigos... em sonhos maiores do que nós...
como odisseia a descobrir — naquele tempo — de curto espaço ...
onde iniciava minha viagem marcada para lugar secreto no universo.
Na frescura do sonho que trago ainda imaculado ...
de emoções e afectos eternos ... nos abraços sentidos e beijos sofridos,
— guardados como se fossem oráculo Divino — viajam comigo pela senda do destino ... na descoberta da vida que vai acontecendo.


Poema de, Rogéria Gillemans. 
¡ Registado no Ministério da cultura - Inspecção Geral das Actividades Culturais, I.G.A.C. – Processo N°3089/2009 !

¡ MEU VÔO TEMPORADA !



              Aprendi a dizer adeus às pessoas que amo,
        e trago-as sempre comigo em meu vôo temporada...
       Viajando em sol sem poente e sem bússola de destino,
              Levada pela brisa suave que sopra do mar;
           Rasgando os poentes outonais e áridos desertos ...
                para chegar ao crepúsculo da primavera
             de rosas renascidas, que perfumam os dias
                de manhãs luminosas e frescas.
               
                Onde o sol espelha seu brilho dourado,
        misturando-se aos acordes de azul, branco e rósea,
                      onde corre rio de puro alento ...
           como harpejo de luar em vento na noite solto.
             Sem retorno desse pouco — que foi mais além —
            na imensidão do céu ... na vida que faz sentido...
                               pelo prazer de ser vivida.



De, Rogéria Gillemans. 
¡ Registado no Ministério da cultura - Inspecção Geral das Actividades Culturais, I.G.A.C. – Processo N°3089/2009 !

¡ TEU NOME, MÃE !



















  Ainda eu não tinha o anoitecer nem a alba do amanhecer
 E tinha já uma Estrela para me iluminar, proteger e amar ! 
 Ainda no Paraíso,  já me era doado o nome que mais eu ia chamar ...
 Mãe... De Deus, recebeste o dom da criação
  o amor como missão em acto de plena doação 
 e a protecção em sinal de bênção.
 Do amor, a sua verdadeira expressão e teu verbo primeiro, amar; 
no teu rosto duas estrelas resplandeciam no teu meigo olhar
 e na tua boca um eterno orar !

 Mãe ... Quero ser menina outra vez ...
 Para aninhar em teu regaço como outrora
 E não me importo se não houver aurora !
 Mãe... que rias o meu riso, que choravas a minha dor !
 A noite escura ia fazendo-se alva sobre teu cabelo
 nas tuas vigílias na minha dor e nas tuas inquietudes por amor !

  Adormeceste e os olhos fechaste ...
 Teu segredo Divino na terra chegou ao fim 
 Como uma Santa parecia que então me viste
 porque dormindo sorriste para mim !
 Na noite imensa e fria o vento gira no céu
 Na distância alguém canta canção de ninar ...
 Parece ouvir tua voz e minha alma procura esse lugar
 Quem canta !? Perguntei ao vento ...
 Este respondeu-me com lamento !

 Quero ver o cristal de teus olhos infinitos
 ouvir a tua doce voz, sentir teu perfume,
 teus suaves braços, o conforto do teu regaço ...
 E poder dar-te um abraço !
 Deixaste-me noites estreladas e afagos de amor.
 Faz-me falta teu luminoso sorriso !
 Quero voltar a descer do Paraíso ...
 Para aprender outra vez nome teu,
 O nome que desde cedo aprendi como meu ...
           Teu nome... Mãe !


 Poema de, Rogéria Gillemans. 
¡ Registado no Ministério da cultura - Inspecção Geral das Actividades Culturais, I.G.A.C. – Processo N°3089/2009 

¡ NOVO AMANHECER !


                 
Calaram-se as aves, os ventos,  as chuvas,
as árvores, os mares, o sol do amanhecer,
e as cores do entardecer ! Não encontro horizontes ...
Não ouvi os ventos que sopram pelos montes,
não toquei em suas cálidas brisas ...não aspirei suas carícias !

                                Faz-se frio ...
Dormirei em meus longos sonhos de criança de outrora !
Na primavera ao romper da aurora vou despertar com a natureza,
rasgando a vida como pétala de flor, em jardim cultivado com amor.
Neste novo amanhecer de infinito aprazer, em glorificação hás Divindades
vão arrulhar em melodia as aves, brotarem as flores das árvores.

As chuvas vão formar nascentes, cachoeiras e rios correntes.
Os mares em grita vão espraiar a sua dita, como oração bendita.
As cores do entardecer vão embalar os amores até ao amanhecer...
Vou tomar em minhas mãos este hino imenso da Divina Criação...
E a vida no pulsar do meu coração...
Porque o céu é azul e o sol quente, em puro coração ardente !
Vou abraçar as noites perfumadas pelo luar...
Vou ouvir os ventos que correm pelos montes,
e encontrar os horizontes !


                  Poema de, Rogéria Gillemans. 
¡ Registado no Ministério da cultura - Inspecção Geral das Actividades Culturais, I.G.A.C. – Processo N°3089/2009 !

¡ A FONTE DE INSPIRAÇÃO !




Por mais que eu me sequestre...Aquela fonte me retoma !
Desenhasse na minha lembrança, seus contornos imprecisos ...
Fonte límpida, rio claro... atravessando minha alma sem escoriação !
Evocação inscrita, poesia, acordes de música...
Onde surgem os palustres afogados, lugares destroçados, sonhos inacabados !
O rio que a fonte deu origem são águas que banham meu coração !

A fonte vem da minha infância, e principia com águas de pouco caso,
e vai ganhando lenda e autoridade a cada braça percorrida !
Outros rios se vêm juntar formando vasto caudal,
e tornam-se pertença da humanidade
como peças de criação, dote de sagrada bênção ...

Que se juntam aos cantos das sereias, dos mares revoltos,
das cascatas, das aves, dos ventos ruidosos ou das suaves brisas ...
E pairam no ar em sinfonia terrestre de harmonia !
Que o diga a mais grita voz... Que tudo que minha alma sente
foi água bebida em pura nascente, que era pertença de todos nós.


Poema de, Rogéria Gillemans. 
¡ Registado no Ministério da cultura - Inspecção Geral das Actividades Culturais, I.G.A.C. – Processo N°3089/2009 !

¡ À PEQUENA LUA !

 
   Olhei o céu na noite ...
   A Lua estava minguante, pequena, triste e sem luz !
   Porque estás tão triste pequena Lua ?
   Faz dias que te vejo minguar ...
   Apenas posso divisar-te desde aqui,
   Tanto dano te fez o Sol quando te deixou.

   Agora sentes-te só na noite ;
   E sem dúvida milhões de Estrelas te rodeiam,
   Podes vê-las ? Elas sorriem, e enviam-te abraços de luz,
   E eu estou aqui em baixo, podes ver-me ?
   Essa, que alça a mão e tenta tocar-te ...
   A noite não é igual sem o teu brilho pequena Lua !

   Aí no alto ... tão alto que te sentes só !
   Quiçá se de tão em cima nem me podes ver ...
   Mas aqui em baixo eu quero-te !
   E a cada noite que chega eu saio a procurar-te ;
   Porque sem a tua luz eu tenho medo !
   Porque sem a tua magia se perde o Amor !
   Porque sem ti o mundo já não é mundo !

   Recordo tempos de mil tormentos ;
   Em que neles tu foste o meu único consolo,
   a minha única esperança !
   Tu tens magia, e continuarás a tê-la ,
    podes encontrar milhões de sentimentos
   num acorde de música !
   Podes criar um Mundo do nada !
   Podes sorrir, e fazer sorrir !
   Podes sonhar, e fazer sonhar !
   Podes fazer este mundo um pouco melhor !
   Podes fazer o que tu quiseres ...
   Porque tu, és a Lua !

   Por isso agora eu quero ser tu Lua ...
   Aquela que te cure um pouco na tua dor !
   Aquela que acabe um pouco com a tua solidão !
   A que devolve a tua ilusão ...
   Como tu sempre fizeste para mim !
   Se eu pudesse ser uma Estrela ...
   Voaria até ti para fazer-te cócegas,
   e voltar a ver-te sorrir de novo !

   E se eu pudesse abraçar-te
   tão forte como pudesse !...
   Para tirar do teu coração toda a dor
   que o converteu em cristal !...
   Para voltar a ver-te brilhar pequena Lua !
   Como tu sempre fizeste comigo,
   envolvendo-me com a tua luz !

   Que sempre encheste os meus olhos
   com o teu esplendor ,
   que confortavas a minha alma !
   Que a cada noite de cada dia estavas presente
   sem nunca me faltares com o teu brilho !...
   Que nada merece a luz que te roubou !
   Volta a sorrir pequena Lua ...
   Para que o mundo seja outra vez mundo !
   Nunca esqueças que tu, és a Lua !


        Poema de, Rogéria Gillemans. 
¡ Registado no Ministério da cultura - Inspecção Geral das Actividades Culturais, I.G.A.C. – Processo N°3089/2009 !

¡ A SOLIDÃO DE UM ADEUS !




     Tantas vezes te sonhei em meus desejos ocultos,
     para acalmar a ansiedade da minha solidão !
     Tanto tempo de espera sob meus cuidados ...
     Como gaivota errante em  vôo temporada ,
     como a água no meu deserto ... para resgatar meu coração
     de ilusão que sopra do mar, em ti sozinho, em tua respiração !

     Como desenho do céu entre os dois ...
     Deixando que nidifique no silêncio o pássaro do desejo,
     até o amanhecer. Após a sombra de um adeus ...
     Pressentimento que em ti não foi em vão,
     essa minha ilusão ! Eu, sonhadora perdida ...
     tu, o meu sol o dia inteiro, e a minha confirmação.

     Tantas noites te inventei !... Tantas noites te chorei !
     Tantas noites te orei ... e cobria-te de mil beijos ...
     como o sol beija a lua o dia inteiro.
     Tantas noites te busquei entre milhões de estrelas,
     para resgatar meu coração da minha solidão ...
     E dar corpo há ilusão !



            Poema de, Rogéria Gillemans. 
¡ Registado no Ministério da cultura - Inspecção Geral das Actividades Culturais, I.G.A.C. – Processo N°3089/2009 !

¡ JESUS CRUCIFICADO !

   
         "Pai-Nosso que estás nos céus,
          Santificado seja o Vosso Nome"  
             Assim, em criança ouvia
            meu pai e minha mãe rezar
             a Jesus Cristo crucificado,
           o Pai Nosso, e a Avé Maria !
     Onde cedo se fez credo em meu coração
  como a alvorada no romper a noite se faz dia !
      Para Vós braços sagrados correndo vou ,
        Que desnudos nessa cruz sacrossanta,
             para receber-me estão abertos ...
     E por não me castigarem foram cravados !
            A Vós Divinos olhos ocultados
        de tanto sangue e lágrimas cobertos ...
       Mas para perdoar-me estão despertos !
       A Vós pregados pés para não deixar-me ...
     E para virem ao meu encontro estão libertos !
           A Vós sangue vertido para ungir-me !
           A Vós cabeça baixa para chamar-me !
           A Vós lado lacerado quero unir-me !
           A Vós cravos e madeiro preciosos
                     quero amarrar-me ...
           Para ficar amarrada junta e firme,
            "Assim na terra, como no Céu"



             Poema de, Rogéria Gillemans. 
¡ Registado no Ministério da cultura - Inspecção Geral das Actividades Culturais, I.G.A.C. – Processo N°3089/2009 !

¡ HINO À VIDA !



Se eu pudesse voltar a viver a minha vida desde o início ...
Não tentaria ser tão perfeita,
relaxaria mais, seria mais do que tenho feito !
Enalteceria mais vezes o Criador,
e agradeceria mais vezes pelo meu alento a nosso Senhor !
Viveria mais profundamente cada minuto da vida !
Caminharia mais vezes descalça pelas trilhas do caminho
para sentir a terra que pisava até em noites sem luar ...
Seguida pelos sentidos por todos os segredos de cada lugar !
Correria mais riscos !
Trataria somente de ter bons momentos !
Viajaria mais e viajaria mais leve !
Contemplaria mais entardeceres,
e veria mais amanheceres !
Mergulharia em mais mares e mais rios !
Subiria mais montanhas !
Beberia água em mais nascentes !
E quereria ter mais problemas para resolver !
Adormeceria mais cansada,
e levantar-me-ia mais revigorada ...
Ao romper de cada alvorada !
Contemplaria mais as cores da natureza !
E mais vezes as estrelas no firmamento infinito !
Contemplaria mais a inquietação da borrasca
e a suavidade da bonança !
Começaria a andar descalça no começo da primavera,
e continuaria assim até o fim do outono !

Daria mais voltas na minha rua !...
Contemplaria mais os risos
e os brincos descuidos das crianças !
E ouviria mais vezes o velho contar histórias da sua vida,
e ouviria-o mais vezes falar sobre a sua esperança ...
Ele que outrora foi criança !
Plantaria mais flores no meu jardim ...
Lírios, rosas, e jasmim !
Ouviria mais vezes o canto das aves
em belas melodias sem fim !
Levaria mais vezes pela mão
aquele mendigo que pede pão !
Repartiria mais vezes com ele o meu afecto,
e também o abrigo do meu tecto !
Ajudaria mais vezes o mais frágil a se erguer ...
E a encontrar o seu caminho perdido,
e não um caminho qualquer !
Mas, se eu pudesse voltar a viver a minha vida desde o início ...
Agradeceria mais vezes ao Criador por todo o Seu Amor,
e ajoelharia mais vezes aos pés da Cruz,
em fervorosa oração a Jesus !


Poema de, Rogéria Gillemans. 
¡ Registado no Ministério da cultura - Inspecção Geral das Actividades Culturais, I.G.A.C. – Processo N°3089/2009 !

¡ SINFONIA AO AMOR !

               
                         Óleo sobre tela
   




















Ardor, sensibilidade, em firme coração nascido !...
Planto para ele alas por mares de água disfarçado,
e rios de neve convertido !
Neste canto a Deus e à lua, ao sol, ao amor e ao universo ...
Preside um Destino que leva-me sobre o mar da vida,
Embalada em sonho ameno !

Se diante dos altares me curvo em prece ardente direita a Deus ...
Se solitária cantar no mais brando raio de sol nascente,
e puros sonhos aos céus elevar ...
Vejo no horizonte a luz serena e mansa,
como um fanal de esperança !

Ai se louca profanando o puro amor e a lembrança ...
Era esmagar minha esperança em meu peito escondido,
Onde lateja o amor vivido, que num rasto desatado
quando o amor é fogo, em cristal foi aprisionado !

Transformado em poesia e arte ...
Em tinta derramada convertida por pínceis,
como suave sinfonia que transcende os fiéis !
Como passar tão suavemente sem neve mas onde o sol é Amor,
Como quisera que a neve fosse ardente ...
Permitia assemelhar-se a chama fria,
e encontrar resposta nessa suave melodia !



Poema de, Rogéria Gillemans. 
¡ Registado no Ministério da cultura - Inspecção Geral das Actividades Culturais, I.G.A.C. – Processo N°3089/2009 !

¡ UMA LÁGRIMA SOBRE A LUA !

















               Salve, Lua solitária !...
          Que brilhas tímida sobre esses montes,
          derramando luz maviosa nos horizontes !
          O teu suave brilho quando lânguido ...
          se esbate pelos campos cintilando de relva
          em húmido orvalho se esmalte !

           Escusai-me Senhor, se entre as flores formosas e ledas
           que esta vida enfeitam é um dom da Lua,
           ou de lágrima caída Tua !
           Perdão Senhor, se vou aos risos da ventura
           entre as rosas do Amor com triste canto,
           provocando talvez em Vossos lindos olhos amargo pranto !

           Hoje triste lembrança me convida,
           a entretecer um ramo cipreste
           nas páginas mimosas da minha vida
           onde se ostentam com fulgor Celeste,
           Orquídias, Anémonas, Lírios e Rosas !
           Mas que tem isso !? Lá onde viceja a flor do riso
           e da felicidade que zéfiro bafeja,
           também vegeta a lívida saudade
           que lágrima goteja !

           Uma saudade, eis o que diz meu canto !
           Uma saudade, é esta a flor
           que em Vosso jardim planto
           regada de amargurado pranto !
           Aceitai Senhor, este poema voto de um coração,
           dentro do qual existe ainda a memória
           de alma pura e serena com sonhos dourados
           que Anjos inspiram embalando meu vago pensar ...
           São castos mistérios do amor que no meu seio vêm murmurar !

           Uma lágrima derramada sobre a Lua embalada em sonho ameno,
           como o cisne e a flor que desliza em lago sereno !
           Se tão triste lembrança Vos magoa ao vate Perdoai ...
           Que também chora o pranto que Chorais ...
           É orvalho de coração belo que cai em Teu jardim
           sobre o lírio singelo, puro e belo ...
           E desabrocha essa flor tão linda assim !                            


              Poema de, Rogéria Gillemans. 
¡ Registado no Ministério da cultura - Inspecção Geral das Actividades Culturais, I.G.A.C. – Processo N°3089/2009 !



¡ OS LIVROS DA MINHA INFÂNCIA !



Não vês amigo, lá desponta a aurora nos livros que escreves ...
Seus róseos véus nos montes desdobrando traz ao mundo a beleza da infância !
Livros, luz e vida ... Traz sorrisos e amor ...
Foi esta que outro tempo meu berço bafejou,
e as tenras pálpebras me abriu à luz da vida,
dos livros de criança que meu pai e minha mãe me contou !

De livros feitos contos e poemas, que vêm hoje no circulo dos tempos
como saudade marcar sorrindo o giro de meus anos !
Já vai distante a quadra da inocência, dos brincos e dos risos descuidos ...
Lá se embrenham nas sombras do passado,
os da infância de sonho dourado !

Oh, feliz quadra ... Então eu sentia delicada mão roçar-me pela fronte,
e a leitura ia-me a vida em sonhos prazenteiros,
Como ligeira brisa entre perfumes ledo esvoaçando nos contos de fada
em meus livros primeiros !

Mas hoje que caiu-me a venda amável, vejo com tristeza o tempo
sem piedade ir desfolhando a flor desses anos meus ...
Sem do seio sair-lhe os dons sonhados na quadra em que me embala a esperança,
para sorrindo adormecer em leitura de criança
que passa deixando vestígios em caminhos meus !

Eu vou transpondo a arena da existência !...
Sim, tudo se vai ...
Sonhos de esperança, férvidas emoções, anelos puros, saudades,
ilusões, amores e crenças !
Tudo voa como nuvem de flores sobre as asas de rábido tufão ...
E só fica a lição dos belos contos de criança !

Onde vou ?!... Para onde me arrebatam do tempo as ondas rápidas,
porque ansiosa corro a esse futuro, onde reinam as fadas boas e cavaleiros belos!
Só tenho de sulcar ignotos mares de escolhos semeados ...
E despertar nas fábulas dos meus livros de criança contados !



                   Poema de, Rogéria Gillemans. 
¡ Registado no Ministério da cultura - Inspecção Geral das Actividades Culturais, I.G.A.C. – Processo N°3089/2009 !